1.3.08

Que linda és Cuba - Relato de estágio educacional

Esta expressão é definitiva para se explicar a Ilha.
Descobri isso ao chegar no aeroporto José Martí, em Havana, como participante do 1º Estágio de Vivência Educacional em Cuba, promovido pelo SEMBRAR - Núcleo de Estudos de Educação Comparada da América Latina e Caribe e pelo Centro Acadêmico Paulo Freire da Faculdade de Educação da USP.
A este primeiro estágio, realizado em 1997, sucederam-se mais três, sempre por iniciativa dos estudantes de diversos cursos da USP.
Como marxista, formado numa fase de transição entre o Estalinismo dos anos 70 e as experiências democratizantes do "socialismo petista" dos anos 80, militante socialista, a ansiedade de conhecer o país que, durante muito tempo, embalou meus sonhos de um mundo mais justo e solidário era muito grande.
Consegui superar meu medo de avião (beirou o pânico), e ainda fazer um movimento mental extremamente complicado: despir-me de uma visão idealizada ao longo dos anos para, num grande exercício de vida, encontrar-me com o povo cubano.
A visão foi parcelar, pois nosso contato íntimo se deu com Havana, e assim como Brasília, ou São Paulo, não é o Brasil, embora seja o Brasil, Havana também não é Cuba, embora seja Cuba.
Conversar com pessoas que viveram a Revolução tomando em suas mãos o desafio de construir uma sociedade diferente, tendo "O Grande Irmão" a menos de 200 quilômetros do seu pequeno território, e ainda com transmissão de TV e rádio permanente, caracterizando uma verdadeira invasão territorial, é emocionante!
Os relatos que se seguem traduzem minhas impressões, coletadas nas ruas, visitas às escolas, conferências e andanças diversas.
É importante esta observação porque não submeti minhas anotações a nenhuma pesquisa bibliográfica, muito menos as comparei com escritos das outras pessoas que integravam o grupo.
Certo que partilhamos, durante a viagem, muitas de nossas impressões e discordamos de muitas coisas, mesmo porque dentre as pessoas que integravam o grupo o efeito do estágio se fez sentir de mil maneiras diferentes.
(este texto é parte do relato do estágio educacional que fiz em Cuba em 1997)

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