21.3.08

Erro de planejamento desperdiça recursos públicos na educação em São Paulo

Reproduzo abaixo matéria publicada no portal da Folha Online de hoje. Quem quiser conferir basta clicar aqui.
A Folha de S.Paulo é pródiga em opinar e destacar na manchete aquilo que lhe interessa politicamente, mas quando a crítica deve ser dirigida ao seu partido, o PSDB, ela se omite. E mais: blindagem total do Serra, reparem no texto que o governador citado é Geraldo Alckmin, como se não houvesse governo estadual hoje em São Paulo! Só faltou culpar o Lula e o bolsa-família!
O texto está fora da ordem.
No corpo do texto está diagnosticado o problema, portanto a manchete não deveria ser “Em São Paulo, ensino integral não melhora nota de alunos”, mas sim algo como “Erro de planejamento desperdiça recursos públicos na educação”.
Como alertaram vários especialistas e já sabiam todos os professores, a questão não é apenas de quantidade, mas sim da qualidade da educação oferecida na rede pública.
Faltou planejamento, faltou ouvir os professores!
É óbvio que a escola de período integral é desejada, mas de nada adianta deixar o garoto e a garota dia e noite na escola se não houver estrutura física para atendê-los, se não houver planejamento de como atendê-los e, principalmente, se não houver quem atendê-los!


Em São Paulo, ensino integral não melhora nota de alunos
da Folha Online

Mais tempo na escola não resultou em melhores notas dos estudantes na rede estadual de São Paulo, de acordo com reportagem de FÁBIO TAKAHASHI publicada na edição desta sexta-feira da Folha de S.Paulo (íntegra disponível para assinantes do jornal ou do UOL).
Levantamento realizado pela Folha com base nos dados do Saresp 2007 (exame aplicado pelo governo paulista) mostra que, das 60 escolas com período integral na capital, apenas quatro tiveram notas superiores às médias das demais unidades de suas regiões.
Esses resultados referem-se à prova de matemática de 4ª e 8ª séries. O panorama foi semelhante em língua portuguesa. Clique aqui para ver a comparação entre as notas.
Conforme a reportagem, o programa Escola de Tempo Integral foi lançado no início de 2006 pelo então governador Geraldo Alckmin (PSDB) e elevou a jornada diária de cinco para nove horas. Ele é elogiado pelos educadores, porém é criticado pela forma como foi implementado. A principal reclamação é a de que não houve planejamento para as atividades extras nem uma melhoria da estrutura física das escolas.
"Esse resultado no Saresp não é uma surpresa. Os alunos ficam mais tempo nas escolas, mas sem atividades articuladas com as disciplinas", disse o presidente da Udemo (sindicato dos especialistas da rede estadual), Luiz Gonzaga Pinto. Já para o presidente da Apeoesp (sindicato dos professores), Carlos Ramiro de Castro, as dificuldades refletem problemas da rede. "Há, por exemplo, falta de recursos humanos. Além disso, 70% das bibliotecas estão fechadas. Como deixar as crianças na escola o dia todo nessas condições?" disse.

2 comentários:

Sérgio de Moraes Paulo disse...

Toni,


a Folha não quer falar sobre educação. Quer atacar o Alckimin e sua candidatura a prefeito em
2008. E não apenas porque a Falha de SP é Serra. Mas sobretudo porque é Kassab. A tal lei "cidade limpa" trouxe dois ganhos para a FALHA de SP:

1) Aumentou suas receitas com anúncios publicitários. É só ver as edições com lançamentos de prédios e promoções de veículos, antes em out-doors.

2) A operação "cidade limpa" e a "revitalização do centro de SP interessam aos grandes proprietários de imóveis que são os Frias. A antiga rodoviária, projeto de Serra para um corpo de dança é dos Frias, donos também da FALHA.

Amigo, interesses políticos e econômicos norteiam essa matéria da FALHA de SP, mais até do que em qualquer outro assunto. O interessante é que isso é muito fácil de comprovar.

A educação mais uma vez não foi o fim, mas o meio para uma prática jornalística parcial, imoral e interesseira.


Parabéns por tocar no assunto.


Sérgio de Moraes Paulo

Prof Toni disse...

Valeu! É isso, a "imprensa imparcial" sabe agir assim, sorrateiramente, mas como se fosse um elefante numa loja de cristais, pra quem sabe ler na entrelinhas, é claro!